Quando você pensa em uma empresa de qualidade você pensa em que?

17/11/2020

Por Marcus Vinicius.

Quando observo a qualidade agregada de um produto, na hipótese de recomendá-lo, recorro a minha experiência pessoal em que pesa a relação da marca com o mercado. É o que me faz de imediato escolher Tramontina ao invés de outra marca.

No entanto, pensar somente no resultado final pode não refletir o que a empresa é de fato. A qualidade e o preço determinam se o produto atende a finalidade pela qual é consumido.

Há uma relação da marca com o mercado que envolve muito mais que o seu desejo por adquirir um de seus produtos ou serviços: Como ela trata os seus funcionários, clientes e fornecedores sob uma ótica mais especializada. Ao menos aos olhos de quem enxerga o potencial do consumo consciente, uma vez que a empresa projeta esses valores na sociedade brasileira, que é, de forma ampla consumidora de produtos e serviços colocados em circulação com alguma margem de lucro apesar dos impostos incidentes típicos do poder estatal.

O consumidor enxerga aquilo que a empresa quer que seja visto. Neste sentido esquecemos de buscar orientação para outra relação que a empresa tem com o mercado: Como ela desenvolve e mantem o seu capital humano no livre mercado para obter lucro. Geralmente neste ponto pensamos superficialmente na proteção do meio ambiente, nos programas sociais e formação de opinião por meio de patrocínio nos esportes. Porém, há uma relação tão importante quanto a relação mencionada acima que merece igual atenção. Como a empresa gere o seu quadro de colaboradores e como os empregados veem a empresa em que trabalham. É a pauta da governança corporativa. Quando empregador e empregado realizam este vinculo jurídico de forma harmoniosa cria-se um ciclo que refletirá dentro e fora dela.

Pois bem, o trabalhador existe para produzir lucro OU gerar valor para que a empresa possa transformar em capital intelectual. Daí a necessidade de falar de uma etapa que envolve o capital humano que é o processo de seleção de pessoal normalmente conduzido pelo departamento de recursos humanos.

Processo Seletivo. - Fui reprovado (100); - Fui aprovado (001).

Falaremos, então, de uma das fases do Processo Seletivo que consiste na atração e retenção de talentos. Quem acha que funcionário deve ser amparado pela lei da oferta e da procura contrata mercenários. O processo seletivo NÃO é um teste de HIV, positivo ou negativo seja feliz. Por traz de todo candidato existe uma história, uma vida, um dilema.

A etapa de processo seletivo gera expectativa de modo que os candidatos podem não ser parte da empresa, mas certamente são parte da sociedade em que a empresa busca obter lucro de forma local, regional ou global, não importa.

E qual é o exemplo a ser seguido? Saber filtrar o currículo certo para não abrir processo seletivo em que não haja a intenção de contratar pessoas fora do perfil pode melhorar a dinâmica com os candidatos. Geralmente, quem entende da necessidade da contratação precisa apenas selecionar um currículo, ao menos um de cada vez. Pois ter como base vários candidatos sem a intenção de contratá-los é imoral, sem falar que demanda recurso de tempo, desgaste psicológico e até recurso financeiro do candidato.

É necessário saber expor a demanda existente para o público certo. O candidato que não foi indicado por alguém interno deve concorrer em situação de igualdade. Porém, hoje em dia as indicações são vistas como uma segurança que a empresa tem de o(a) candidato(a) externo cumprir com o objetivo proposto, mas cuidado! Pois o lobbying pode não refletir o melhor candidato(a) e, ainda, pode ser um mecanismo de favorecimento.

A questão dos skills mais avançados são adquiridos ao longo do amadurecimento do funcionário, através de reciclagem e mentoring. A verdade é que quanto mais você estuda, mais você tem que estudar pois observa que não sabe nada. Portanto, tenha os pés no chão. Saiba dizer não a processos morosos, já os recrutadores devem valorizar mais a cultura/comportamento do candidato.

Tem gente que reclama da falta de experiência, tem gente que reclama da falta de competência, então contrate pela cultura. Certamente se você NÃO tem pressa, é porque possui um contra cheque e está recebendo o seu valor hora. Portanto, a melhor forma de apresentar a empresa é realizando workshops ao invés de anunciar vagas que não existam ou que são de remanejamento de pessoal interno.

O Fator social.

São milhões de pessoas, segundo o governo "invisíveis", pelo menos para a Receita Federal que não recolhe nem um centavo de I.R. destas pessoas, entre os quais pode-se dizer mão de obra qualificada e de alto valor produtivo. No entanto, empresas que colocam exclusivamente a culpa no governo não olham para os seus próprios problemas.

Infelizmente, algumas empresas fazem papel de pai e mãe. Isto é, o empregado é, literalmente, dependente da empresa emocional, financeiro e psicologicamente. A questão econômica do livre mercado é imoral quando se trata de processo seletivo. Porque no livre mercado do capitalismo especialistas custam menos, pela própria quantidade de especialistas que são formados, e, portanto, devem produzir mais para receber menos - o mercado segue o vento, ninguém quer pulverizar na atmosfera uma reputação negativa.

Não estou aqui para divergir, estou aqui para convergir. Então, você gostando ou não desse texto, saiba de uma coisa: "quem não luta pelos seus direitos não merece os direitos conquistados por aqueles que lutam."

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